Algo para quem não sabe muito sobre dança a carater:
As danças de demi-carácter ou danças características são recursos expressivos do ballet que representam uma das formas da arte coreográfica. Presentes nos grandes ballets de repertório, apresentam metodologia própria de ensino, com terminologia técnica específica e estrutura de aula fundamentadas nos princípios da dança clássica acadêmica. Para tanto, percorreram um longo caminho.
Entre os séculos XVI e começo do século XIX, quando serviam de definição a uma dança-símbolo, popularizada nos intermezzos em representações de personagens da Comédia dell’Arte, se limitavam à reprodução de atitudes comportamentais, maneiras, gestos e movimentos específicos presentes em determinadas esferas socioculturais. Hoje, quando dizemos danças de caráter, nos referimos às danças populares de forma geral, e dessa forma, estamos presos ao conceito utilizado naquela época, quando a função cênica de tais danças era basicamente a de contextualizar na obra a época histórica na qual se desenrolava a ação, apresentar classes sociais e etnias dos personagens.
Desde o começo do século XIX, o interesse pelo estudo do folclore e seu emprego nas artes teatrais vai ganhando força na Europa e principalmente, na Rússia. No romantismo, nos espetáculos de Taglioni e Jules Perrot, a nova expressão - “dança de demi-carácter” - definia o recurso que “servia de contraposição do mundo das sílfides ao mundo real, subordinado às leis ditadas pela música orquestrada ou sinfônica e à linha estilística do espetáculo”.
No final do século XIX, os estudos sobre os princípios de execução dos passos das danças populares, e possibilidades estilísticas de seu uso no espetáculo (algumas vezes nas pontas), enriqueciam e marcavam a essência das montagens de Ivanov e Petipá.
POSTE POR: Vitória Nunes
Comentários
Postar um comentário